Professora Luciane Sartori: Estar conectado é preciso
Estar conectado é preciso
Por
Luciane Sartori
Vivemos,
hoje, em um mundo em que a tecnologia é imperativa! As pessoas, as cidades, os
estados, os países estão conectados devido a ela; a sociedade mundial tornou-se
globalizada graças à tecnologia. Imaginem uma pessoa que não acessa a internet,
uma pessoa que não trabalha com a rede, uma empresa sem site, elas
"morrem", porque são esquecidas, deixadas de lado, ficam sem
reconhecimento. Mas não adianta fazer uma conexão qualquer ou de qualquer jeito! É preciso que
essa ligação seja interessante, verdadeira, faça sentido, senão é tempo perdido,
pois tais partes mal associadas também "morrerão".
Na elaboração textual, o raciocínio é o mesmo.
Para que o texto seja o mais claro possível, a linguagem fornece subsídios de
coesão (conexão entre as partes do texto) que, se forem mal empregados, farão
com que o texto fique confuso, incoerente ou até sem sentido. Dessa forma,
vê-se que é necessário fazer conexões e bem feitas, mas, para isso, é preciso
saber fazê-las.
Como
dentro do grupo desses subsídios de coesão estão as conjunções, elas são muito
cobradas em prova. Portanto, não é possível que se participe de um concurso
público sem que se conheça conjunção. Sobre esse assunto todo concurseiro, em
primeiro lugar, tem de saber de cor a
tabela das conjunções coordenativas bem como a das subordinativas; em segundo
lugar, todos têm de saber como empregá-las corretamente; e, por fim, reconhecer
a polissemia (vários sentidos) de algumas delas.
Vamos,
então, falar sobre a conjunção como? Essa palavrinha é muito eclética, por isso
aparece muito em prova. Ela pode ser pronome relativo - Este foi o único modo como ele fez o trabalho.
-,
substantivo - Não sei o
como de tudo isso. - , advérbio interrogativo - Como resolver o problema? -,
preposição - Obtiveram como resposta o bilhete. -, interjeição - Como você não! -, advérbio de modo - Gosto
como você se veste. - e conjunção subordinativa. Como conjunção
subordinativa é polissêmica, pois pode ser de três tipos: causal - Como
ainda estava de luto, não o namorou. -, comparativa - Ele vive como um cidadão honesto. -, e conformativa - Ela fez
o trabalho, / como a professora a orientou.
Notem
que, como conjunção, essas três relações sintático-semânticas podem confundir!
Então, deve-se observar o sentido da frase no contexto para diferenciá-las.
Vejam como se faz para reconhecer a diferença de sentido entre elas bem como
algumas dicas para facilitar essa análise:
a) causal, quando a oração dá
o motivo da ação da outra:
Como ainda estava de
luto, não o namorou. ¦ estar
de luto é o motivo de ela não o ter namorado.
Dica: o conectivo como, para
ser causal, só poderá ser empregado no início do período: Como ainda estava
de luto, não o namorou. Observem que se o período estiver na ordem direta,
ou seja, iniciado pela principal, o como não funciona adequadamente: Não o
namorou, como ainda estava de luto.
b) comparativa, quando relaciona
dois elementos em algum ponto comum:
Ele vive / como um cidadão
honesto. ¦ os
dois elementos relacionados aqui são "ele" e "o cidadão honesto";
os dois vivem de forma semelhante.
Dica: notem também que o verbo
da segunda oração fica subentendido, o que na comparação é muito comum: Ele
vive como um cidadão honesto (vive).
Além disso, o "como" poderá estar no meio do período ou no
início, ou seja, o período pode ser elaborado em ordem direta ou indireta,
diferentemente do da causa, que só pode ser em ordem indireta.
c) conformativa,
quando indica a ideia “de acordo com” em relação à
ideia da principal:
Ela fez o trabalho, / como a
professora a orientou. ¦ a
pessoa em referência na oração fez o trabalho, conforme a orientação recebida
da professora, de acordo com essa orientação.
Dica: pode-se, ainda, para
diferenciar das outras duas anteriores, verificar que não há relação entre dois
elementos, e o período pode ser
elaborado em ordem direta e em ordem indireta.
É
sempre bom lembrar que o contexto é que sempre revelará melhor o sentido
estipulado pelo autor entre os fatos. E
todos temos de saber quais conjunções podem ter vários empregos e quais são as
possibilidades. Se não se sabe quais são essas conjunções e quais semânticas
podem ter, como julgar corretamente uma questão? E, sem estudá-los, isso pode ser muito
difícil, fora o tempo que se gasta para se resolver uma questão, quando
bastaria que se soubesse os valores desses conectivos!
Por
todos esses motivos, gente, vamos estudar conjunção! Elas são de extrema
importância.
Boa
semana a todos e até mais.
LUCIANE SARTORI
Graduada em Letras e Pós-Graduada em Metodologia de Ensino para Terceiro Grau. Professora Especialista em Português – gramática, interpretação de textos, redação discursiva e redação oficial. Revisora e redatora de textos há vinte e cinco anos, tendo vinte anos de experiência na área de concursos. Atualmente, leciona na Rede LFG, no Curso para Concurso, em Simulados na Web, no Curso Marcato, no Sartori Virtual, no JC Concursos e no Curso Praetorium.
Autora participante do livro Vade Mecum para Concursos Públicos: nível médio e superior sem formação em direito. Luciane Sartori, Nélson Sartori e vários outros autores. / coordenação, Álvaro de Azevedo e Júlia Meyer Fernandes Tavares.- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
Professora Luciane Sartori: www.sartoriprofessores.com.br / www.sartorivirtual.com.br
Comentários
Postar um comentário